Reflexões Bíblicas

Tema: Uma Igreja a Qual Deus deseja...

         Estudando nestes dias sobre a igreja, o corpo de Cristo, somos desafiados a procurar saber qual a visão de Deus para sua igreja. Como Deus quer que Sua Igreja seja:

1.               Deve ser uma Igreja unida (Atos 1.14) – “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma” (Atos 4.32). A comunhão e união que os cristãos têm com Deus Pai os move a desejar uma vida de união com os irmão da família da fé. Esta motivação faz nascer em cada cristão o desejo muito grande de estar sempre junto aos irmãos numa convivência amável, salutar e enriquecedora, onde muito se ensina e se aprende, onde se compartilha as alegrias e vitórias, e também as tristezas e as faces difíceis do viver, onde se cresce no amor, na graça e no conhecimento de Cristo Jesus.

2.               Deve ser uma Igreja cheia do Espírito Santo (Atos 4.8) – “... todos ficaram cheios do Espírito Santo...” (Atos 4.31). É o Espírito Santo que dirige a vida da Igreja, distribuindo também os dons aos fiéis e motivando-os a viver para o inteiro agrado de Deus. Por ser cheio do Espírito Pedro teve autoridade para defender a sua fé perante o Sinédrio. Por ser cheio do Espírito, Estevão teve disposição para exercer o diaconato e falar de Jesus até mesmo na hora da morte. Por ser cheio do Espírito Paulo tornou-se um grande missionário. Cheios do espírito nós também seremos usados por Deus para que o mundo veja e creia que Jesus Cristo é o Senhor.

3.               Deve ser uma Igreja que ora– “... perseveravam unânimes na oração...” (Atos 1.14). A presença do Espírito Santo na vida da Igreja torna os cristãos pessoas firmemente comprometidas com a oração, quer nos momentos de bonança, quer nas situações mais adversas (a exemplo de Paulo e Silas na prisão). A oração mostra a dependência que a Igreja tem de Deus e é o meio pelo qual ela a recebe grandiosas bênçãos. Igreja que ora é Igreja que cresce em qualidade e também em número.

4.               Deve ser uma Igreja que dá testemunho (Atos 1.8) – “... serão minhas testemunhas”. O termo “testemunho” vem do original grego “mártir” que significa “dar a vida por uma causa nobre”. Muitos dentre os primeiros cristãos enfrentaram circunstâncias dolorosas, alguns até mesmo a morte por amor a Jesus. Cada cristão é chamado a assumir diante de Deus e do mundo uma postura exemplar, cujas palavras e ações e cuja vida servirá de modelo a todos quantos vierem a conhecê-Lo. Como tem sido o nosso testemunho?

5.                  Deve ser uma Igreja envolvida com evangelização e missões – “... não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos...” Atos 4.20. As estatísticas são surpreendentes: 12, 70, 120, 3000, 5000, multidões, dezenas de milhares (Atos 21.20); em atos vemos uma igreja fortemente envolvida como a obra da pregação da salvação por meio de Jesus aos pecadores e, conseqüentemente, experimentando um crescimento admirável. Toda a palestina e boa parte do mundo da época foi alcançada porque a Igreja não se omitiu no cumprimento da tarefa maior: ir e pregar. Quando a Igreja prega, os resultados se tornam notórios. Cada cristão: um evangelista! – eis uma boa meta a ser alcançada por nós hoje. Que Ele nos abençoe e fortaleça para esta importante obra!

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Tema: Abençoados para sermos abençoadores

           A igreja é o povo mais abençoado do mundo. Somos abençoados com toda sorte de bênção em Cristo Jesus. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e a menina dos olhos de Deus. Fomos amados desde a eternidade. Fomos chamados com santa vocação. Fomos transformados pela graça. Recebemos um novo nome, um novo coração, uma nova vida, uma nova família, uma nova pátria.O propósito de Deus, entretanto, não é apenas nos abençoar, mas tornar-nos abençoadores. Não somos apenas o receptáculo da bênção, mas sobretudo, seu canal. Três verdades preciosas nos chamam a atenção acerca desse momentoso assunto.

1. Somos abençoados para sermos abençoadores porque somos portadores de boas novas num mundo marcado por más notícias. O mundo está cansado de ouvir más notícias. A mídia despeja todos os dias em nossos ouvidos dezenas de informações trágicas: é a violência que campeia sem controle na cidade e no campo; é a corrupção que se infiltra em todos os setores da sociedade; é a devassidão moral que solapa os valores morais e desestabiliza a família. A igreja de Deus não é trombeta do mal, mas portadora de boas novas. Temos a única mensagem capaz de trazer esperança para o homem atormentado pela culpa. Temos o único remédio capaz de curar o homem de sua enfermidade espiritual. Somos embaixadores de Deus a proclamar ao mundo a boa notícia de que Deus ama o pecador e enviou seu Filho para salvar a todos os que se arrenpendem e colocam sua confiança em Jesus.

2. Somos abençoados para sermos abençoadores porque somos construtores de pontes onde o pecado só cavou abismos. O pecado separa o homem de Deus, de si mesmo e do próximo, mas o evangelho lhe restaura a alma, oferecendo-lhe reconciliação com Deus. Neste mundo timbrado pelo ódio, somos arautos do amor de Deus. Neste mundo de guerras, somos embaixadores da paz. Neste mundo onde se aprofundam os abismos da inimizade, somos pacificadores. Deus nos confiou o ministério da reconciliação. Somos agentes de Deus na maior missão de paz do mundo, pois nosso ministério é rogar aos homens que se reconciliem com Deus. É sublime o privilégio de construirmos pontes onde o pecado cavou abismos. É glorioso o trabalho de lutar pela salvação dos perdidos. É maravilhoso saber que Deus nos confiou um ministério que os anjos gostariam de fazê-lo.

3. Somos abençoados para sermos abençoadores porque recebemos a maior, a mais urgente e a mais importante incumbência do mundo. A evangelização é a mais importante missão do mundo. É uma tarefa imperativa, intransferível e impostergável. Fomos chamados para sermos enviados. Não podemos nos calar quando temos a única mensagem capaz de salvar os que estão perdidos. Não podemos silenciar nossa voz quando nenhuma outra instituição humana pode realizar essa tarefa a nós confiada. Não podemos adiar a proclamação dessa boa notícia, quando tantos perecem em seus pecados, sem esperança e sem Deus no mundo. O privilégio de sermos abençoados implica na responsabilidade de sermos abençoadores. Deus nos chamou das trevas para a luz para sermos um luzeiro no mundo. Deus nos tirou da escravidão para a liberdade para anunciarmos aos cativos que se o Filho de Deus os libertar verdadeiramente serão livres. Deus nos arrancou desse mundo tenebroso para sermos conduzidos de volta ao mundo, a fim de anunciarmos que Deus reina e exige que todos se dobrem aos pés do seu Filho, adorando-o como Salvador e Senhor. Unimos nossa voz à do salmista, quando clamou: “Abençoe-nos Deus, e todos os confins da terra o temerão” (Sl 67.7).

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Tema: Ame missões...

          “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará o desejo do teu coração”. (Salmo 37.4) Davi foi um homem de Deus, exemplo de vida, homem que agradava o coração de Deus, homem que vencia as grandes batalhas, homem de oração, corajoso, fiel, dedicado ao Senhor, não avarento, generoso na contribuição, homem que conhecia e amava o Senhor. A vida desse homem notável, pela sua bondade, nos orienta a vivermos uma vida que agrade ao Senhor e, assim, sermos bem sucedidos em nossos propósitos.
          Ao lermos a palavra de Deus podemos sentir e ver como Deus ama os seus escolhidos e quer salvá-los. Aqueles que estão presos, algemados, oprimidos, angustiados ou até mesmo desesperançados. Deus quer livrá-los desses pesadelos e libertá-los para que sejam alegres, contentes e vitoriosos.
          Quando Deus enviou o seu filho ao mundo para que todo aquele que Nele cresse não perecesse, mas tivesse a vida eterna, mostrou-nos, com certeza, tudo que está em Seu coração, Seu grande amor pelo homem perdido, sem chance de salvação e condenado ao eterno castigo.
          No tempo em que Jesus esteve conosco e formou sua Igreja, deixou bem claras as orientações que deveriam ser seguidas pelos seus discípulos. Se assim procedessem, estariam agradando o coração de Deus, porque tudo o que Jesus ensinava era a vontade do Pai. “...a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou (Jo. 14: 24).
          No Velho Testamento, podemos ver um Deus essencialmente missionário, antes da fundação do mundo. Se atentarmos para as últimas ordens de Jesus para a sua Igreja, quando disse: “ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações”. (Mc. 28: 19); “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”. (Mc. 16: 15); “sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Somaria, e até os confins da terra”. (At. 1:8).
          Fica bem claro para todos nós: se estivermos envolvidos na evangelização de todos os povos, estaremos agradando a Deus e, sem dúvida, Ele satisfará o desejo do nosso coração. Se, verdadeiramente, queremos agradar a Deus, não é somente sendo dizimistas, freqüentando assiduamente os cultos, ajudando na construção de templos, ajudando os necessitados, pois todas essas coisas fazem parte de nossa obrigação, mas o que agrada mesmo o coração de Deus é ser um missionário de corpo e alma, dando, inclusive e se necessário, a própria vida para alcançarmos muitas pessoas.
          Todos quantos estiverem com este mesmo propósito em suas vidas, sem dúvida, serão vitoriosos e todos os seus desejos serão alcançados, porque ouviram e aprenderam com Jesus. Portanto, agrada-te do Senhor, viva em Missões; ore por Missões; contribua com Missões; fale em Missões, porque Missões está no coração de Deus. Se você hoje é salvo, crente no Senhor Jesus, tem a certeza da vida eterna, dê graças a Deus, porque sem a obra missionária, você não seria feliz.

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Tema: Ao meus amados em Cristo...

Perdão.

          O perdão é a cura das memórias, a assepsia do coração, a faxina da alma. O perdão é uma necessidade vital e uma condição indispensável para termos uma vida em paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Uma vez que somos falhos e pecadores, estamos sujeitos a erros. Por essa razão, temos motivos de queixas uns contra os outros. As pessoas nos decepcionam e nós decepcionamos as pessoas.
É impossível termos uma vida cristã saudável sem o exercício do perdão. Quem não perdoa não pode adorar a Deus nem mesmo trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa tem suas orações interrompidas e nem mesmo pode receber o perdão de Deus. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente.Quem não perdoa é entregue aos verdugos da consciência. O perdão, portanto, não é uma opção para o crente, mas uma necessidade imperativa.
            O perdão é uma questão de bom senso. Quando nutrimos mágoa no coração, tornamo-nos escravos do ressentimento. A amargura alastra em nós suas raízes e produz dois frutos malditos: a perturbação e a contaminação. Uma pessoa magoada vive perturbada e ainda contamina as pessoas à sua volta. Quando guardamos algum ranço no coração e nutrimos mágoa por alguém, acabamos convivendo com essa pessoa de forma ininterrupta. Se vamos descansar, essa pessoa torna-se o nosso pesadelo. Se vamos nos assentar para tomar uma refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se nosso propósito é sair de férias com a família, essa pessoa pega carona conosco e estraga as nossas férias. Por essa razão, perdoar não é apenas uma questão imperativa, mas, também, uma atitude de bom senso. O perdão alivia a bagagem, tira o fardo das costas e terapeutiza a alma.
           Mas, o que é perdão? Perdão é alforriar o ofensor. Perdoar é não cobrar nem revidar a ofensa recebida. O perdão não exige justiça; exerce misericórdia. O perdão não faz registro das mágoas. Perdoar é lembrar sem sentir dor.
         Até quando devemos perdoar? A Bíblia nos diz que devemos perdoar assim como Deus em Cristo nos perdoou. Devemos perdoar de forma ilimitada e incondicional. Devemos perdoar não apenas até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
         Por que devemos perdoar? Porque fomos perdoados por Deus. Os perdoados precisam ser perdoadores. No céu só entra aqueles que foram perdoados; e se não perdoarmos, não poderemos ser perdoados. Logo, todo crente em Cristo precisa praticar o perdão.
        Quem deve tomar iniciativa no ato do perdão? Jesus disse que se nos lembrarmos que nosso irmão tem alguma coisa contra nós, devemos ir a ele. Não importa se somos o ofensor ou o ofendido. Sempre devemos tomar a iniciativa, e isso com humildade e espírito de mansidão. Precisamos entender que o tempo nem o silêncio são evidências de perdão. É preciso o confronto em amor. Há muitas pessoas doentes emocionalmente porque não liberam perdão. Há muitas pessoas fracas espiritualmente porque não têm a humildade de pedir e conceder perdão. Precisamos quebrar esses grilhões, a fim de vivermos a plenitude da liberdade cristã.

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Tema: Quem é Deus: criador ou criatura?

A Revista Veja, de 11 de fevereiro de 2009, celebrando os duzentos anos do nascimento de Charles Darwin, publicou uma matéria insolente atacando a fé cristã. O livro de Darwin, Origens das Espécies, publicado em Londres, em 1859, falando sobre a geração espontânea e a evolução das espécies tornou-se uma crença generalizada, especialmente em alguns redutos acadêmicos.
O núcleo central da teoria de Darwin é que o mundo e o homem tiveram uma origem naturalista. Até então, cria-se que Deus havia criado o homem; agora, crê-se que o mundo pariu a si mesmo e o homem é fruto de um processo evolutivo de milhões e milhões de anos. Na teoria de Darwin, Deus não existe. Ele é apenas uma criação do homem em vez do homem ser criação de Deus.
Em favor da verdade, nós precisamos reafirmar que não há contradição entre a ciência e a fé cristã. A ciência corretamente interpretada jamais entrará em contradição com a Palavra de Deus, pois ambas têm o mesmo autor. Precisamos de igual forma ressaltar, que a evolução não é uma ciência, mas uma teoria. Falta à evolução a evidência das provas. O próprio livro de Darwin tem nada menos que oitocentos verbos no futuro do subjuntivo: "Suponhamos". A evolução não passa de uma suposição e absolutamente improvável. A fé cristã por sua vez não é uma crença vazia, desprovida de inteligência. Nossa fé está ancorada em fatos incontroversos. A fé é a certeza de coisas e a convicção de fatos. O Deus revelado na criação, nas Escrituras e em Cristo é o criador do universo e não uma criatura do homem. Chamamos sua atenção para três fatos importantes:

1. Precisamos mais fé para acreditar na evolução do que na criação - O mundo não pode dar à luz a si mesmo. A vida não pode surgir do nada. Vida só procede de vida. O mundo com toda a sua complexidade não poderia ser produto do acaso nem de uma explosão cósmica nem mesmo de uma evolução de milhões e milhões de anos. As evidências provam que o mundo não está evoluindo, mas se deteriorando. A ciência corrobora com o relato da criação e não com as improváveis e tendenciosas teorias da evolução. Os evolucionistas que combatem a fé cristã não estão ancorados na rocha da ciência, mas navegando à deriva, pelos mares revoltos de suas teorias improváveis.

2. Precisamos mais fé para acreditar que Deus é criatura do homem do que para acreditar que o homem é criatura de Deus - A teoria de que Deus é apenas uma invenção humana tem conseqüências funestas. A teoria da evolução trouxe seus reflexos na biologia, na filosofia e também na teologia. Essa crença de que o homem inventou Deus e que o homem veio do nada, é nada, e caminhada para o nada, é o alicerce do niilimismo filosófico, da decadência moral e das atrocidades históricas. O holocausto que matou seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, as barbáries hediondas dos regimes totalitários, ceifando mais de sessenta milhões de pessoas, só no século XX, são fruto desta ensandecida teoria. A prática indiscriminada de aborto e os descalabros morais são conseqüência do ateísmo. Dostoievski disse: "Se Deus não existe, tudo é permitido".

3. Precisamos mais fé para acreditar que o cosmos veio do caos do que para acreditar que o cosmos veio de Deus - A teoria do big-bang, de que o universo surgiu de uma explosão cósmica está na contramão do bom senso. Seria mais fácil acreditar que um bilhão de letras lançadas ao ar caísse na forma de enciclopédia. Seria mais fácil acreditar que um rato correndo atabalhoadamente sobre as teclas de um piano tocasse serenata ao luar. O caos não pode produzir ordem. O universo tem leis precisas. Nós somos seres programados geneticamente. A biologia moderna aponta para uma mente sábia e criadora por trás do universo. Só o insensato é que nega a existência de Deus. Suas teorias podem até fazer barulho e enganar os incautos, mas em breve, elas se cobrirão de poeira. A Palavra de Deus, porém, permanecerá impávida, sobranceira e vitoriosa para sempre e sempre!

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Tema: Uma verdade consoladora...

        O profeta Naum viveu muitos séculos antes de Cristo. Profetizou a decadência do megalomaníaco império assírio e a queda irremediável de Nínive, a cidade impiedosa e sanguinária. No meio, porém, dessa devastadora tempestade do juízo divino, Naum ergue sua voz para anunciar três verdades consoladoras: a bondade de Deus, o socorro de Deus e o conhecimento de Deus: “O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam” (Na 1.7). Vamos analisar essas três verdades:

1. A bondade de Deus é a âncora da nossa esperança. “O Senhor é bom…”. Deus é bom, essencialmente bom. Em sua bondade ele nos dá o que não merecemos. Nada merecemos, e ele tudo nos dá. Ele faz o sol brilhar sobre os maus e cair sua chuva até mesmo sobre os que zombam dele. Sua graça comum estende-se sobre ímpios e pios, sobre arrogantes e humildes, sobre ricos e pobres. A terra está cheia da sua bondade. As obras da criação e as ações de sua providência refletem sua generosa bondade. Ele nos dá vida e preserva nossa saúde. Ele nos dá o pão de cada dia e nos dá prazer para saboreá-lo. Ele nos dá a família e nos alegra o coração com o banquete do amor. Mas, a bondade de Deus pode ser vista em seu pleno fulgor por intermédio de sua graça especial. Jesus é o dom supremo da bondade de Deus e a salvação que ele nos trouxe, sua dávida mais excelente. Porque Deus é bom podemos navegar em segurança, mesmo pelos mares incapelados da vida.

2. O socorro de Deus é a âncora da nossa paz. “… é fortaleza no dia da angústia…”. Deus não abandona o seu povo nas batalhas mais amargas da vida. Ele não desampara os seus nos vales escuros da caminhada. Ele caminha conosco pelas ondas revoltas, pelos rios caudalosos e pelas fornalhas acesas. Ele inspira canções de louvor nas noites escuras e coloca em nossos lábios um cântico de vitória, mesmo quando as lágrimas grossas rolam pela nossa face. Ele é nossa cidade refúgio, nosso escudo protetor, nosso amigo mais achegado, nosso abrigo no temporal. Nem sempre ele nos livra da angústia, mas sempre é fortaleza no dia da angústia. Nem sempre nos livra do fogo ardente das provas, mas sempre nos livra nas provas. O fogo das provas só pode queimar nossas amarras, mas não pode tostar sequer um fio de cabelo da nossa cabeça. Nem sempre Deus nos livra da morte, mas sempre nos livra na morte e nos leva a salvo para o seu reino celestial. O futuro pode ser incerto para nós; jamais, porém, o será para Deus. Ele nos toma pela mão direita, nos guia com o seu conselho eterno e depois nos recebe na glória. Caminhamos de força em força, de fé em fé, sendo transformados de glória em glória até entrarmos pela cidade santa pelas portas.

3. O conhecimento de Deus é a âncora da nossa segurança. “… e conhece os que nele se refugiam”. Nossa segurança está no fato de Deus nos conhecer. O conhecimento de Deus não é apenas um assentimento intelectual, mas sobretudo, um afeto relacional. Quando o profeta diz que Deus nos conhece, quer dizer que Deus nos ama e nos ama com amor eterno. Nossa segurança não está simplesmente no fato de que conhecemos a Deus, mas, sobretudo, no fato de que ele nos conhece (Gl 4.9). Deus conhece os que lhe pertencem e aqueles que nele se refugiam. Jesus conhece suas ovelhas, dá-lhes a vida eterna e ninguém as arrebata de suas mãos. Em Deus temos segurança inabalável. Nele temos salvação eterna, pois ele é refúgio no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam. A tempestade pode estar devastadora lá fora, mas rufugiados nos braços de Deus, dentro da arca da salvação, temos uma âncora firme e inabalável de esperança, paz e segurança!

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Reflexão:

        O texto de Lucas 9.28-45 relata a experiência de Jesus subindo o Monte da Transfiguração a fim de orar. Levou consigo Pedro, Tiago e João enquanto os outros discípulos ficaram no sopé do Monte. Tanto os discípulos que subiram o monte com Jesus quanto os que ficaram no vale não oraram. Os que subiram entregaram-se ao sono e os que ficaram no vale travaram uma infrutífera discussão com os escribas. Desse episódio extraímos dois tipos de espiritualidade, ambas fora de foco.

1. A espiritualidade do monte, o êxtase sem entendimento. Pedro, Tiago e João subiram o monte com Jesus, mas eles não oraram como Jesus nem com Jesus. Ao contrário, eles dormiram. Eles viram milagres extraordinários: Moisés e Elias glorificados, Jesus transfigurado em glória, uma nuvem luminosa e uma voz divina reafirmando a filiação de Jesus. Eles pisaram o terreno do sobrenatural, mas estavam desprovidos de entendimento. Ao mesmo tempo em que viam coisas maravilhosas, suas mentes estavam vazias de discernimento. Eles não discerniram a centralidade da pessoa de Jesus. Não discerniram a centralidade da missão de Jesus. Não discerniram a centralidade da missão deles mesmos. A ausência de oração roubou-lhes o discernimento e essa falta de discernimento os levou a ficar com medo de Deus, em vez de se deleitarem em Deus. Há muitos que ainda hoje buscam as coisas sobrenaturais, mas estão sem percepção espiritual. Correm atrás de milagres, mas não discernem as verdades essenciais da fé cristã. Experimentam êxtases arrebatadores, mas não compreendem nem mesmo os fundamentos do cristianismo. Essa é uma espiritualidade fora de foco, deficiente, trôpega, que produz sono e não intimidade com Deus.

2. A espiritualidade do vale, a discussão sem poder. Os nove discípulos que ficaram no sopé do monte também não oraram. Ao contrário, eles se envolveram numa discussão com os escribas (Mc 9.14). Nesse ínterim, um pai aflito, com um filho endemoninhado roga a esses discípulos para socorrer seu filho, mas os discípulos não puderam. Eles estavam desprovidos de poder. A espiritualidade deles era a espiritualidade da discussão sem poder. Em vez de orar e jejuar, eles discutiu. Em vez de fazer a obra de Deus, eles discutiram acerca da obra. Em vez de manterem-se fiéis à sua vocação, perderam o foco do ministério numa vã discussão com os opositores de Jesus. Enquanto aqueles discípulos estavam discutindo, o diabo estava agindo. Porque não oraram nem jejuaram estavam vazios de poder e porque estavam vazios de poder não puderam expelir a casta de demônios que atormentava o filho único daquele pai aflito. Ainda hoje, corremos o risco de perder o foco do nosso ministério. Deus nos chamou para o buscarmos com todas as forças da nossa alma. Oração precede ação. Nossa maior prioridade não é fazer a obra de Deus, mas ter intimidade com o Deus da obra. Muitas vezes deixamos de orar e de trabalhar porque estamos envolvidos em discussões intérminas e infrutíferas. Discutimos muito e trabalhamos pouco. Fazemos muito barulho com nossas palavras, mas produzimos pouco com as nossas mãos. Se o êxtase sem entendimento é uma espiritualidade fora de foco, o é de igual modo, a discussão sem poder.

          Concluo, dizendo que Jesus é o nosso modelo. Ele demonstrou três atitudes que corrigem o foco da espiritualidade. Sua espiritualidade foi evidenciada por oração, obediência e poder. Porque orou seu rosto transfigurou. Porque orou, desceu do monte determinado a cumprir o propósito do Pai, indo para a cruz como um rei caminha para a coroação. Porque orou estava cheio de poder para libertar o jovem possesso. É tempo de realinharmos nossa vida espiritual pelo foco de Jesus!

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Tema: Ovelhas do Senhor...

          O Salmo 23 é mundialmente conhecido. Milhões de pessoas o sabem de cor. Sua mensagem tem sido bálsamo para os aflitos, consolo para os tristes e encorajamento para os que estão desalentados. Jesus Cristo é o bom Pastor que morreu pelas ovelhas (Salmo 22). Jesus Cristo é o grande Pastor que vive pelas ovelhas (Salmo 23). Jesus Cristo é o supremo Pastor que voltará para as ovelhas (Salmo 24). Quais são os privilégios de ser ovelha do bom, grande e supremo Pastor? O Salmo 23 nos fala sobre três importantes verdades. Vamos, aqui, considerá-las:

1. O Pastor das ovelhas (Salmo 23.1) – “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”. Duas verdades são aqui destacadas: A primeira é que o nosso pastor é divino. Ele é o Deus auto-existente, onipotente, onisciente e onipresente. Ele é o Deus da aliança, o Deus de toda a graça, o nosso criador, sustentador e salvador. Nele nos movemos e existimos. A segunda verdade é que o nosso pastor é pessoal. Ele é o meu pastor. Ele tem conosco uma relação pessoal. Ele nos conhece e nos chama pelo nome. Ele vela por nós, cuida de nós e supre todas as nossas necessidades.

2. A provisão das ovelhas (Salmo 23.2-5) – A ovelha é um animal indefeso, míope e incapaz de cuidar de si mesma. Ela necessita do cuidado do pastor. O texto em tela nos fala sobre quatro provisões que a ovelha recebe do pastor. A primeira provisão é o descanso (v. 2). O Senhor nos faz repousar em pastos verdejantes e nos leva para as águas de descanso. Ele não apenas nos provê alimento e água, mas também nos dá paz no vale. Ele não apenas nos dá o que necessitamos, mas ele mesmo nos conduz à suas fontes de provisão, fazendo-nos descansar. A segunda provisão é a direção (v. 3). O nosso Pastor nos guia pelas veredas da justiça. Se fôssemos abandonados à nossa própria sorte, entraríamos pelos atalhos perigosos e escorregadios do engano. Se seguíssemos as inclinações do nosso coração, certamente, caminharíamos por trilhas sinuosas que desembocariam em lugares de morte. Mas, o nosso Pastor nos guia pelas veredas da justiça. A terceira provisão é a consolação (v. 4). Na jornada da vida há muitos perigos. A vida cristã não é uma colônia de férias. Cruzamos desertos inóspitos e vales escuros. Atravessamos rios caudalosos e precisamos andar sobre pinguelas estreitas. Porém, mesmo que andemos pelo vale da sombra da morte não precisamos temer mal algum, porque o nosso Pastor está conosco. Sua presença é o antídoto para o nosso medo. A quarta provisão é a vitória (v. 5). O nosso Pastor não apenas caminha conosco diante das dificuldades, mas nos dá vitória contra os inimigos. Ele prepara uma mesa para nós diante dos nossos inimigos. Ele nos honra, ungindo nossa cabeça com óleo e nos dá alegria abundante, fazendo o nosso cálice transbordar.

3. O futuro das ovelhas (Salmo 23.6) – A ovelha de Jesus tem um “passado” passado a limpo. Somos lavados em seu sangue e remidos por sua morte vicária. A ovelha de Jesus tem um presente seguro, uma vez que bondade e misericórdia são como duas escoltas que nos ladeiam todos os dias da nossa vida. Bondade é o que Deus nos dá e não merecemos. Misericórdia é o que Deus não nos dá e nós merecemos. Ele nos dá graça quando merecíamos juízo. Ele suspende o castigo e nos abençoa quando merecíamos ser punidos. A ovelha de Jesus tem, também, um futuro glorioso, pois, depois que a sua jornada terminar neste mundo, irá habitar na Casa do Senhor para sempre. A morte não pode nos separar do nosso Pastor. Ele preparou-nos um lugar, uma casa, um lar, uma pátria. O céu é nosso destino. Estaremos para sempre com ele. Reinaremos com ele. Desfrutaremos de sua bendita companhia para sempre e sempre num lugar onde não haverá choro, nem pranto nem dor. Oh! Quão felizes são as ovelhas do Bom, Grande e Supremo Pastor!

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Tema: Tenho fome de Deus...

          John Piper definiu jejum como fome de Deus. Nossas maiores necessidades não são das bênçãos de Deus, mas do Deus das bênçãos. Nossa alma tem fome e sede de Deus. Deus colocou a eternidade em nosso coração. Só o Deus eterno pode dar pleno significado à nossa vida e satisfazer a nossa alma. Ambos, comer e jejuar devem ser feitos para a glória de Deus (1 Co 10:31). O comer lembra-nos os dons de Deus, o jejuar lembra-nos o Deus doador. Jejum é privar-nos do pão da terra, para alimentar-nos com o pão do céu. Quando nós comemos, nós testamos o emblema do alimento celestial, o Pão da Vida. E quando nós jejuamos, nós dizemos, “Eu amo a realidade acima do emblema.” Eu tenho fome do Deus da minha alma.
          O maior inimigo da fome de Deus não é veneno, mas uma torta de maça. Muitas vezes, o que nos priva da fome de Deus não é o veneno do mal, mas os simples prazeres da terra (Lc 8:14; Mc 4:19). “Os prazeres desta vida” e “os desejos por outras coisas” – não são necessariamente coisas más em si mesmas. Não são vícios. São dons de Deus. Essas coisas podem ser a nossa refeição básica, leitura, viagens, negócios, televisão, Internet, compras, exercícios, esportes, e casamento. Todas essas coisas boas em si mesmas podem ser mortais substitutos de Deus para a nossa alma. Coisas boas podem fazer grandes estragos em nossa vida espiritual. Bois, campos e casamento podem manter você fora do Reino dos céus (Lc 14:17-20). Nada deve se interpor no caminho do verdadeiro discipulado, nem coisas más, nem coisas boas, nem alimento, nem qualquer outra coisa.

            Nosso amor por Deus é provado não apenas por palavras, mas, sobretudo, pelo sacrifício. Realmente temos fome por Deus? Sentimos saudade de Deus? Ou temos começado a estar contentes apenas com os seus dons? Richard Foster diz que mais do que qualquer outra disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam. O jejum revela a medida do domínio do alimento, da televisão, do computador, ou qualquer outra coisa sobre nós, que sempre e sempre está aplacando a nossa fome de Deus.
Quanto mais profundamente nós andamos com Cristo, mais fome de Cristo nós sentimos, mais saudade do céu nós sentimos, mais desejo da plenitude de Deus nós temos. Quanto mais jejuamos, mais sentimos o sabor do pão céu, mais desejamos o domínio do céu sobre a nossa vida na terra, mais desejamos que o Reino de Deus fosse estabelecido em nosso coração. Se nós não estamos sentindo intenso desejo da manifestação da glória de Deus em nossa vida, não é porque nós já temos bebido o suficiente das fontes de Deus, mas porque estamos nos alimentando apenas das mesas do mundo. É tempo de jejuar! O jejum é o maná do céu para a nossa alma. Através dele humilhamo-nos diante do trono do Deus vivo. Através dele voltamo-nos de coração para o Senhor. Através dele somos fortalecidos com poder. Através dele podemos ver a restauração e o despertamento da nossa igreja. Através dele participamos dos banquetes de Deus e saboreamos as doces iguarias do céu!
 
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Tema: O que fazer quando não se sabe o que fazer...

         O rei Josafá está encurralado por adversários medonhos e insolentes. Uma grande multidão, fortemente armada estava pronta para atacar Jerusalém. Não dava tempo para reagir nem Josafá tinha recursos para resistir àquele aparato militar que pretendia varrer Jerusalém do mapa. Ao saber da tragédia, humanamente irremediável, Josafá teve medo e pôs-se a buscar o Senhor, convocando a nação para orar e jejuar. Em sua oração, o rei disse: "Ah! Nosso Deus, acaso, não executarás tu o teu julgamento contra eles? Porque em nós não há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti" (2Cr 20.12). Diante da situação tão desesperadora, Josafá admite sua incapacidade; reconhece que não sabe o que fazer, mas põe os seus olhos em Deus. Desse episódio podemos tirar quatro lições:

1. Quando você não souber o que fazer, busque a Deus em oração e jejum (2Cr 20.3) - Há momentos em que os problemas vêm sobre nós como uma torrente caudalosa, como uma avalanche avassaladora, como um terremoto assustador. Nessas horas, nossos recursos são absolutamente insuficientes para enfrentarmos a situação e nada podemos fazer senão recorrermos ao Deus do céu, e clamar por sua ajuda e socorro. A oração e o jejum são recursos sobrenaturais, são armas espirituais à disposição do povo de Deus. Quando agimos por nossa própria destreza e fiados em nossos próprios recursos, ficamos sujeitos a derrotas acachapantes. Mas, quando buscamos a Deus em oração e nos humilhamos sob sua onipotente mão, então, seu braço onipotente sai em nossa defesa e nos concede vitória.

2. Quando você não souber o que fazer, confie nas promessas de Deus (2Cr 20.4-12) – Não basta orar, precisamos orar como convém. Não basta pedir, precisamos conhecer aquele a quem pedimos. Josafá reconhece que Deus é o soberano Senhor nos céus e domina sobre todos os reinos da terra. Ele ora consciente de que nas mãos de Deus estão toda força e poder e não há quem lhe possa resistir. Quando compreendemos a grandeza de Deus, nossos grandes problemas se apequenam. Mas, Josafá deu um passo além em sua oração: ele fulcrou sua súplica nas promessas de Deus. Ao mesmo tempo em que buscou a Deus em oração, abriu as Escrituras para orar e fundamentar sua petição no alicerce firme das promessas de Deus. Oramos com eficácia quando ancoramos nossas petições nas promessas daquele que tem zelo pela sua Palavra e fidelidade em cumpri-la.

3. Quando você não souber o que fazer, ouça e obedeça a Palavra de Deus (2Cr 20.13-19) - Quando todos os homens, mulheres e crianças se reuniram para falar com Deus em oração, Deus se manifestou e falou com eles, trazendo-lhes sua Palavra. Por intermédio da oração falamos com Deus; por meio da Palavra Deus fala conosco. A Palavra divina que veio ao povo encorajou-o a não olhar para as circunstâncias e não temer as ameaças do inimigo. Deus lhes acalmou o coração dizendo que pelejaria por eles e lhes daria a vitória. A Palavra gerou fé no coração deles e tirou seus olhos do problema para colocá-los no Deus que está acima e no controle da situação.

4. Quando você não souber o que fazer, louve a Deus com confiança (2Cr 20.20-30) – Quando o povo ouviu a voz de Deus, o medo foi substituído pelo louvor. Eles enfrentaram os exércitos inimigos não com armas carnais, mas com louvor. Eles não louvaram depois que o inimigo foi derrotado; louvaram para derrotar o inimigo. O louvor não é apenas conseqüência da vitória, mas é a causa da vitória. "Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o Senhor emboscada contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados" (2Cr 20.22). O louvor é o brado de triunfo dos filhos de Deus no campo de batalha. Quando os problemas parecerem insolúveis, faça o que fez Josafá: ore, jejue, obedeça, e louve ao Senhor, e o inimigo será desbaratado.

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Tema: A centésima ovelha...

             Jesus, o bom pastor, contou uma parábola imortal, falando do pastor que foi buscar a centésima ovelha, e depois de achá-la festejou seu resgate e alegrou-se com seus amigos. Essa parábola enseja-nos três preciosas lições:

Em primeiro lugar, a ovelha perdeu-se porque afastou-se do rebanho. A ovelha é um animal míope, inseguro, indefeso e também rebelde. Ela não pode proteger-se contra os predadores. Ela não tem um bom senso de direção. Sua segurança está em ficar perto do pastor e junto do rebanho. Sempre que se desgarra e se afasta da companhia das outras ovelhas, está sujeita a cair e ferir-se. A figura da ovelha é sugestiva. Não é por acaso que Jesus viu os homens aflitos como ovelhas sem pastor. Mesmo depois de convertidos somos ovelhas. Não podemos caminhar fiados em nossa própria força. Dependemos de Deus e uns dos outros. Não podemos nos afastar da congregação. Não é seguro viver isolado do rebanho.

Em segundo lugar, o pastor não desistiu da ovelha pelo fato de ela ter se afastado do rebanho. O pastor poderia ter encontrado justificativas plausíveis para abandonar a ovelha perdida à sua própria sorte. Talvez, o pastor já tivesse alertado aquela ovelha sobre os perigos da solidão. Talvez, algumas vezes, o pastor já tivesse flagrado aquela ovelha se distanciando do rebanho e caminhando na direção de lugares perigosos. Talvez o pastor pudesse alegrar-se com o fato de que tinha ainda em segurança noventa e nove ovelhas que estavam debaixo do seu cuidado e proteção. O pastor não discutiu as razões da queda da ovelha. Ele foi buscá-la. Ele enfrentou riscos para resgatá-la. Ele não desistiu dela e não voltou para o aprisco até trazê-la em seus braços. Precisamos ter o mesmo empenho na restauração daqueles que se afastaram. Precisamos demonstrar pressa para resgatar aqueles que caíram. Precisamos amar aqueles que desobedeceram e se desviaram. Precisamos amá-los e trazê-los de volta ao rebanho de Cristo.

Em terceiro lugar, o pastor festejou a recuperação da ovelha perdida. O pastor não esmagou a ovelha com seu cajado ao encontrá-la; ele a tomou em seus braços. Ele não a mandou embora por ter lhe criado problemas; ele a carregou no colo. Ele não se aborreceu com o preço do resgate; ele festejou com seus amigos a restauração da ovelha perdida. Precisamos não apenas ir buscar a centésima ovelha, mas precisamos nos alegrar com sua restauração. Há festa nos céus por um pecador que se arrepende. A igreja é lugar de vida e restauração. A igreja é lugar de cura e perdão. A igreja é lugar de aceitação e reconciliação. A igreja é lugar de disciplina e recomeço. A disciplina é um ato responsável de amor. A disciplina visa a proteção do rebanho e a recuperação da centésima ovelha. Não basta nos alegrarmos com as ovelhas que estão em segurança no aprisco; devemos buscar a centésima ovelha que se dispersou. O Senhor Deus perdoou Davi e o restaurou depois de seu adultério com Bate-Seba. Jesus foi ao encontro de Pedro depois de sua queda para lhe restaurar a alma. Paulo ordenou à igreja de Corinto a perdoar o irmão faltoso, que havia se arrependido. Nós, de igual modo, devemos ir buscar aqueles que outrora estiveram conosco e hoje estão distantes. Essas pessoas devem ser alvos da nossa oração e do nosso cuidado pastoral. Não devemos descansar até vê-las restauradas por Deus e reintegradas em seu rebanho.

P.S: Textos extraidos da Web.

Pr. Cláudio Alves da Silva - Diretor do DOM

João Pessoa/PB, 15 de junho/11.